Cânticos de Candomblé - Babalorixá Lázaro Ourualê - LP - Tapecar- 1979
01.Exu; 2.Oxossi; 3.Yansan; 4.xangô; 5.Alujá pra Xangô; 6.Oxum; 7.Obaluaê; 8.Tempo; 9.Caboclo; 10. Isaura (samba de Caboclo);
Alabês: Darcy/Carlinhos: atabaques; Kacilê: agogô;
Côro: Djanira/Sheila/Silvinha/Kacilê
Vocais: Lázaro Ourualê, sob batuta de Candeia (é, aquele mesmo!)
A migração religiosa inciada na segunda metade do século retrasado acompanhando a migração dos trabalhadores baianos para a região do Rio de Janeiro pode ser dividida em duas fases de maior intensidade: a primeira, canalizada principalmente para as áreas mais pobres do centro da cidade e outra canalizada para a Baixada, na medida em que essa área periférica - municípios de Caxias, Nilópolis, São João do Meriti e Nova Iguaçu - integram-se à cidade para formar o Grande Rio. As afinidades sócio-culturais dos dois centros urbanos - núcleos originais de concentração negra - e o elo religioso já estabelecido antes, principalmente através das já famosas Tias do Samba, presentes também na formação da música urbana carioca, justificam a nova corrente migratória religiosa e o menor preço dos terrenos a sua fixação na Baixada, num movimento que teria Joãozinho da Gomea como pioneiro em Caxias. Em seu rastro viriam pais e mães-de-santo já renomados na Bahia, como Ciriaco do Tumbajunçara, Otávio da Ilha Amarela, Mãe Idalice, Zezé (estes citados por Edson Carneiro em seu Candomblés da Bahia), Miguel Arcanjo (Miguel Grosso), Senhorazinha, Ebami Davina, Antonio Fumutim do Bogum, João Lessengue do Bate Folha, Rufino do Beiru e muitos e muitos outros, perpetuados em milhares de filhos e filhas de santo descendentes das nações Ketu, Gege, Ijexá, Congo, Nago Vodum e Muxicongo. Este disco é fruto do desejo e da direção de Candeia - o grande sambista - que fez de tudo para que o pai Orualê gravasse os cânticos aqui registrados. O disco é cheio de altos e baixos. O ponto alto é o Alujá tocado com as mãos na faixa 5 (Pai Lázaro é um dos melhores exemplos do sincretismo que culminaria na síntese Umbandista, pois mesclava nações distintas como Angola e Ijexá); um ponto baixo é a inserção de um violão perdido no meio da última faixa "Isaura", na tentativa de simular uma viola, como nos cultos de encantados. A coisa não dá muito certo e logo o tocador pára. Mas o disco é muito bom, uma raridade e uma jóia rara na música da Banda de todos os tempos...
Côro: Djanira/Sheila/Silvinha/Kacilê
Vocais: Lázaro Ourualê, sob batuta de Candeia (é, aquele mesmo!)
A migração religiosa inciada na segunda metade do século retrasado acompanhando a migração dos trabalhadores baianos para a região do Rio de Janeiro pode ser dividida em duas fases de maior intensidade: a primeira, canalizada principalmente para as áreas mais pobres do centro da cidade e outra canalizada para a Baixada, na medida em que essa área periférica - municípios de Caxias, Nilópolis, São João do Meriti e Nova Iguaçu - integram-se à cidade para formar o Grande Rio. As afinidades sócio-culturais dos dois centros urbanos - núcleos originais de concentração negra - e o elo religioso já estabelecido antes, principalmente através das já famosas Tias do Samba, presentes também na formação da música urbana carioca, justificam a nova corrente migratória religiosa e o menor preço dos terrenos a sua fixação na Baixada, num movimento que teria Joãozinho da Gomea como pioneiro em Caxias. Em seu rastro viriam pais e mães-de-santo já renomados na Bahia, como Ciriaco do Tumbajunçara, Otávio da Ilha Amarela, Mãe Idalice, Zezé (estes citados por Edson Carneiro em seu Candomblés da Bahia), Miguel Arcanjo (Miguel Grosso), Senhorazinha, Ebami Davina, Antonio Fumutim do Bogum, João Lessengue do Bate Folha, Rufino do Beiru e muitos e muitos outros, perpetuados em milhares de filhos e filhas de santo descendentes das nações Ketu, Gege, Ijexá, Congo, Nago Vodum e Muxicongo. Este disco é fruto do desejo e da direção de Candeia - o grande sambista - que fez de tudo para que o pai Orualê gravasse os cânticos aqui registrados. O disco é cheio de altos e baixos. O ponto alto é o Alujá tocado com as mãos na faixa 5 (Pai Lázaro é um dos melhores exemplos do sincretismo que culminaria na síntese Umbandista, pois mesclava nações distintas como Angola e Ijexá); um ponto baixo é a inserção de um violão perdido no meio da última faixa "Isaura", na tentativa de simular uma viola, como nos cultos de encantados. A coisa não dá muito certo e logo o tocador pára. Mas o disco é muito bom, uma raridade e uma jóia rara na música da Banda de todos os tempos...
Para ouvir a faixa 3, Yansan, clique abaixo:
1 comment:
muito legal de vunga o cadoble um abraco de paula
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