Kaviungo - CD – TBS – 2005
01.Kafunge; 02.Belacim; 03.Sakafuna; 04.Kom Senzala; 05.Jambura; 06.Isumbo; 07.Xaqua-te; 08.Sambumangue; 09. Pobo Mona; 10. Muchauere; 11.Kundo Ka; 12.Lembondile; 13.Maronduba; 14.Mereakoxe;
Na Mitologia Bantu – Kaviungo, Kingongo ou Nsumbu - é o Senhor da terra. Tem caminhos com os antepassados e une-se a eles para encaminhá-los. É o senhor da ráfia e das enfermidades. Como está no mesmo nível mitológico de Obaluaiyê/Omolu/Soponná os mais velhos viram o sincretismo com estes Orixá/Vodun em sua representação mitológica. É Yorimá na Umbanda e está intimamente ligado aos Pretos-Velhos. É também chamado de Ntoto pelo povo de Kongo.
01.Kafunge; 02.Belacim; 03.Sakafuna; 04.Kom Senzala; 05.Jambura; 06.Isumbo; 07.Xaqua-te; 08.Sambumangue; 09. Pobo Mona; 10. Muchauere; 11.Kundo Ka; 12.Lembondile; 13.Maronduba; 14.Mereakoxe;
Na Mitologia Bantu – Kaviungo, Kingongo ou Nsumbu - é o Senhor da terra. Tem caminhos com os antepassados e une-se a eles para encaminhá-los. É o senhor da ráfia e das enfermidades. Como está no mesmo nível mitológico de Obaluaiyê/Omolu/Soponná os mais velhos viram o sincretismo com estes Orixá/Vodun em sua representação mitológica. É Yorimá na Umbanda e está intimamente ligado aos Pretos-Velhos. É também chamado de Ntoto pelo povo de Kongo.
Kingongo, é um nkisi guerreiro, lutador, e quando mais velho, ao mesmo tempo é o sábio, o feiticeiro, o guardião. Porém, tem varias regências e influências. Kaviungo também é o sol, o calor do astro rei, é o senhor das pestes, das doenças contagiosas ou não. É o rei da terra, do interior da terra, é o Nkisi que cobre o rosto com a palha (palha da Costa), porque para os humanos é proibido ver o seu rosto devido à deformação feita pela doença, ou ainda por ele brilhar como o sol e ser impossível olhá-lo diretamente. Este Nkisi rege o funcionamento do organismo, e é quem indica a dor que sentimos pelo mau funcionamento dos órgãos, por um corte, queimadura ou traumatismo. A ele devemos a nossa saúde. Trata do interior, mas cuida também da pele e de suas moléstias.
Pertence a ele a regência dos cemitérios, pois é o Nkisi que vem para buscar o espírito desencarnado. É ele que vai mostrar o caminho, servir de guia para aquele espírito. Também é o senhor das camadas do interior da terra, para onde vamos todos nós. Daí sua ligação com os mvumbi (mortos), pois é ele quem vai cuidar do corpo sem vida. Este Nkisi tem vários caminhos ou identidades, tais como Kaviungo, Kafunan, Kafungê, Nsumbu....
Diz-se que Kaviungo está presente no nosso dia-a-dia, quando sentimos dores, agonia, aflição, ansiedade. Está presente quando sentimos coceira e comichões na pele. Rege também o suor, a transpiração e seus efeitos. Rege aquele que tem problemas mentais, perturbações nervosas e todos os doentes. Rege os mutilados, aleijados, enfermos. Ele proporciona a doença, mas principalmente a cura, a saúde. É o Nkisi da misericórdia. É filho de ZUMBARANDÁ e LEMBARAGANGA. Irmão adotivo de MUKUMBE e ALUVAIÁ, e irmão carnal de TEMPO, MATAMBA e ANGORÔ.
Máscara (muxiki) africana representando Kaviungo
Nos mitos, a varíola é a punição que ele aplica aos malfeitores. Quando morre uma pessoa, KAVIUNGO senta-se em cima do corpo , reivindicando seus direitos. Está relacionado a terra, os troncos das árvores e os ramos. Transporta o AXÉ preto, vermelho e branco, e seu maior segredo é com os espíritos contidos na terra, que são seus irmãos e de quem ele é o maior símbolo. Assim como ZUMBARANDÁ e Kissimbi, ele é o patrono dos KAURIS. Usa em suas vestimentas um capuz de palha da costa, chamado AXÓ YIKÓ, que lhe foi dado por seu irmão Nkoce, para lhe cobrir as chagas e, principalmente, seus olhos, pois como já dissemos, contêm todo o brilho do sol e quem o olhasse perderia a visão. O AXÓ YIKÓ é um material de grande significado, pois participa de todos os rituais ligados a morte. A presença de YIKÓ é indispensável, em todas as situações que se maneja com o sobrenatural. O YIKÓ é a fibra da ráfia, obtida de palmas novas de YIGYOGÓRO, árvore sagrada, que produz a palha obtida dos talos do olho da palmeira, quando nova, antes delas abrirem-se e curvarem-se. O fato de cobrir-se com YIKÓ e ornar-se com búzios e cabaças, mostra que estamos na presença de um nkise ligado diretamente com a morte.
Segundo as lendas, ele é irmão mais velho de KAMBARANGUANGE. KAMBARANGUANGE destronou um KAVIUNGO velho e assumiu seu lugar, por esta razão existe a indisposição entre os dois Nkises. Pessoas de KAVIUNGO não pegam no XÈRE nem participam da roda de KAMBARANGUANGE. No KUKUANAN não entra AMALÁ e na comida de KAMBARANGUANGE não entra DOBURUS.
KAVIUNGO usa miçangas pretas e brancas ou pretas, vermelhas e brancas, dependendo da qualidade, amarelo, preto e marrom. Sendo o dono da terra, é ele quem nos dá todo o tipo de alimentos, inclusive, a ele pertencem todos os grãos.
Os Xicarangomas ou Kissikarangombes tem que ter respeito por este Nkice, pois KAVIUNGO é o dono dos couros dos animais mortos para se fazer o ngoma. Quando vamos dar comida aos tambores, damos comida a KAVIUNGO.
A KAVIUNGO pertence o porco, cabrito, frangos, galos carijós, frangos rajados, d'angola, tatu e camundongos ou outros roedores. Carneiro é sua grande KIZILA. Pega, também, patos pretos e brancos. Depois do ritual de rolar os bichos, tira-se a língua da d'angola, do pato e do porco. As línguas não vão ao fogo.
QUALIDADES
- TATETO KULAMBA RIA WUNGANA
É o mais antigo. É proibido falar seu nome. Na África quando se fala seu nome, coloca-se mel na boca. Come com ALUVAIÁ e tem fundamento nas encruzilhadas. Tem caminhos com GONGOBIRA e é o deus da varíola e das doenças de pele. Era êle quem dizimava nas aldeias. Suas contas são brancas e pretas. No dia de sua feitura tem que ser feito sete qualidades de comidas, pôr na folha de mamona e levar com uma vela para o campo. Ele leva dois quelés :um no pescoço e um na perna esquerda (duas argolas de aço). No dia do recolhimento, leva-se o MONA XIKOLA na porta do cemitério e dá-se um sacudimento. Este santo é preparado no barro vermelho. Quando se dá comida a ele, dá-se na encruzilhada, pois ele tem caminhos com Mavambo.
- TATETO KULAMBA RIA TAKUBENANGUANGE
Em seu assentamento leva uma estatuazinha com olhos. Tem dois queles , um de búzios e outro de missangas. No dia da saída tira-se o de búzios e coloca-se no pescoço do boneco. Tem caminhos com LEMBARAGANGA. É jovem e guerreiro. Leva na mão uma lança chamada OKÓ. É vingativo, ambicioso, luta para alcançar posição alta sem ver de que maneira. Tem caminhos com MUKUMBE TANGO AVANGO, LEMBÁ, MONAKAIA, ALUVAIÁ e MALEMBÁ. Êle é cultuado no dia 17 de dezembro, veste branco e preto e suas contas são rajadas. O seu cuscuzeiro leva uma seta só, vem dentro de uma bacia com 9 pratinhos brancos de barro. Seu verdadeiro encanto, como dos outros, é o cântaro (moringa de uma asa só) . Neste cântaro põe-se jóias e dinheiro. Não come feijão preto. Come miúdos de boi no azeite doce, os outros comem com dendê. É o único que come caracol.
- TATETO KULAMBA RIA BELAGUANGE
É jovem, veste preto e branco como suas contas. Tem caminhos com TEMPO e ANGORÔ. Aceita oferendas de tatu na praia.
Outras qualidades:
- TATETO KULAMBA RIA KANJANJA.
- TATETO KULAMBA RIA APANANGO.
- TATETO KULAMBA RIA KATULE.
- TATETO KULAMBA RIA KAFUNGE.
UNSABA (Ervas)
Mangerona, Canela de Velho, Alunam, Café do Mato, Balaio de Pombo, Agapanto lilás, Erva Moura, Beldroega Vermelha, Mal-com-tudo, Guiné-pipi Negramina, Tamarindo, Eucalipto, Cipó Caboclo, Cambará, Erva grossa, Vassoura Preta, Vassoura Branca, Gervão Roxo, Sete Sangrias, Espinheira Santa, Sabugueiro, Crisântemo.
Este disco contém várias cantigas de Kaviungo que são tradicionais nos rituais Bantu e apesar da gravação não ser primorosa (os atabaques por vezes estouram nos graves e a voz do Vado está muito na região das freqüências médias), ainda assim é um disco empolgante, que vale a pena ser conhecido.
Este disco contém várias cantigas de Kaviungo que são tradicionais nos rituais Bantu e apesar da gravação não ser primorosa (os atabaques por vezes estouram nos graves e a voz do Vado está muito na região das freqüências médias), ainda assim é um disco empolgante, que vale a pena ser conhecido.
Para ouvir a faixa 13, "Maronduba", clique abaixo:
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