Thursday, July 26, 2007

Encontros de curimbas - Campinas 2005 / São José do Rio Preto - 2006

Fotos: Vivian Lerner (Yatacyara)

I Encontro de Curimbas 05/11/2005 - Campinas


Casa cheia na Casa do Lago em Campinas para o Encontro de Curimbas

O I encontro de Curimbas aconteceu no Espaço Cultural Casa do Lago da Universidade de Campinas, uma realização da Unicamp, PREAC e FTU – Faculdade de Teologia Umbandista.
Pai Roger (Araobatan) Diretor da FTU - Faculdade de Teologia Umbandista
O evento foi aberto por Pai Roger (Araobatan), diretor da FTU, que discorreu sobre a importância do respeito à pluralidade e às diferenças entre todas as escolas umbandistas e da necessidade em se preservar o elo de ligação que une todos os cultos, que são os pontos cantados.

Palestra de Hilário Bispo de Jesus, o Babalarena. Ao lado, a Curimba da FTU.

Em seguida, a palavra foi passada a Hilário Bispo de Jesus, o Babalarena, que abordou o dia da Consciência Negra e a posição do negro nos cultos afro-descendentes, além da lembrança de que o Brasil é um país msicigenado e essa mistura é importante para que haja a tolerância entre todas as raças.

A primeira Corimba a se apresentar foi a do templo de Umbanda Vovô Serafim e Ogum Três Espadas, da cidade de Rio Claro, comandado por Pai André e conforme anunciaram os próprios integrantes da Corimba, não tocaram nem cantaram pontos de raiz, mas composições próprias de louvação aos Orixás, a maior perte delas cantadas em Yorubá; trouxeram instrumentos variados, entre eles dois batás nigerianos e um Ntama, um tambor falante. O coral era muito bem afinado e os alabês muito bons. Executaram na maior parte das cantigas os toques de Ijexá, Cabula e Barravento.

Curimba de Pai André de São Carlos


A segunda Corimba foi a do Templo de Umbanda Mamãe Oxum, Caboclo Sete Pedras e Caboclo Itajaé, comandado por Pai José Carlos, que apresentou alguns pontos de louvação entoados em seus ritos. A apresentação contou com um coral de senhoras e os alabês executaram toques de Cabula e Toruá.


Yaô da casa de Pai Toloji


A terceira Corimba foi a da Comunidade da Tradição do Culto Afro Ilesin Ogun Lakaiye Osinmolé de Campinas, comandada por Pai Toloji. Apresentou-se em duas partes: a primeira com vários toques e orikis da Nação Ketu, com a especial perticipação de suas Iaôs dançando com as interpretações característcas de cada Orixá; na segunda parte, Pai Toloji apresentou pontos que entoa em seus ritos de Candomblé de Caboclo. Os alabês executaram com precisão inúmeros toques, tais como Cabula, Barravento, Congo de Ouro para o Candomblé de Caboclo e Alujá, Aguerê, Daró e Opanijé para o Candomblé Ketu.

Fechando o evento A corimba da FTU apresentou explanações sobre o porquê da Percussão Sacra. Pai Roger, Ogã da FTU apresentou um cada um dos cânticos que seriam executados e Obashanan discoreu sobre os mistérios do Orixá Ayom, o orixá da música e dos tambores. Apresentaram cânticos de Encantaria, das Nações Ketu e Angola e da Umbanda em seus vários aspectos. Executaram os toques em Adarrum, Barravento, Cabulas, Congo de Ouro, Toruá, Batá e Aguerê. Ao final todos os alabês tocaram juntos, encerrando as atividades...



I Encontro de Curimbas - São José do Rio Preto


Realizou-se em São José do Rio Preto, no dia 05/11/2006 o I encontro de Música Sacra Brasileira da região Noroeste, uma realização da FTU, CONUB e do Templo da Estrela Verde.

O evento ocorreu em comemoração ao mês da Consciência Negra e pela primeira vêz em 7 anos, templos Umbandistas foram incluídos no calendário das atividades, uma vêz que a diretoria do Conselho Afro de São José do Rio Preto, por ser evangélica proibía a participação de terreiros nos eventos, numa demonstração de paradoxal intolerância.

O Templo da Estrela Verde durante um ano entrou em negociações para preservar o direito dos Umbandistas a participarem de um evento ligado às tradições Afro-Brasileiras. Finalmente, a diretoria evangélica do Conselho Afro cedeu e no calendário das comemorações foi incluído o II Encontro de Curimbas. Ainda assim, a direção do Conselho Afro adiou a impressão dos convites, dizendo que estes só estariam prontos no dia do evento, numa clara tentativa de não divulgar o encontro. Apesar das sabotagens, estiveram presentes quase 500 pessoas. O próximo encontro será realizado, provavelmente, no terreiro Sete Flechas, da mãe Sônia de Odé.

Numa parceria com o Templo da Estrela Verde (Sub sede da Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino), o evento foi realizado na Tenda Cacique da Mata Virgem do Pai Miano que cedeu o espaço para que vários templos da região pudessem mostrar seus cantos e danças sagrados.



Apesar da sabotagem do Conselho Afro de Rio Preto, dirigido por evangélicos, o terreiro de Pai Miano encheu-se de pessoas e de alegria para o evento


O evento abriu com o Hino da Umbanda, tocado por todos os Alabês reunidos. A primeira apresentação foi do Templo Sete Flechas, que entoaram cantos tradicionais da Umbanda. A dupla de Alabês tocou muito bem e todos os presentes acompanharam com palmas cantando juntos.


Curimba do terreiro Sete Flechas, da Mãe Sônia de Odé

Em seguida o terreiro do Pai Marcos apresentou o seu xirê com cantos de todos os orixás e as danças ritualísticas.

Alabês Pai Marcos

Os Alabês da Faculdade de Teologia Umbandista e do Templo da Estrela Verde apresentaram um pouco da evolução dos ritmos e cantos na história umbandista. Entoaram orikis em Yorubá e Kibundo, além de pontos de Umbanda e encantaria.
Alabês da FTU - Faculdade de Teologia Umbandista

Fechando o evento, Pai Miano e seus filhos apresentaram seu Xirê muito bem coreografado, chegando a emocionar a todos com a boa vontade e a alegria de seus filhos que fizeram uma verdadeira festa de louvação no templo.


Curimba do terreiro de Pai Miano


Fechando o evento, os sacerdotes deram suas palavras finais num congraçamento que mostra a vitória da Umbanda sobre as diferenças. Como diz Mestre Arapiaga: nós, umbandistas somos diferentes, mas não desiguais.

No comments: