Tuesday, March 20, 2007

Fogueira de Xangô - 2005




Fogueira de Xangô – CD – (Pallas – 2005) 01.Bata; 02.Alujá; 03.Tonibobé/Kakaká-Umbó; 04.Oba Kawabá; 05.Ó niiká, Ó niiká; 06.Oba irá l’oko; 07.Béè ni je; 08.E ní pá léèrin; 09.Imo wá; 10.Àwa Dupé; 11.A dúpé; 12.Fé lê; 13.Sángbá; 14.Óni Dada; 15.Dada má sokun; 16.Báyànni gidigidi; 17.Fura ti na; 18.Ibá Orisá; 19.Òrán in; 20.Oba Sérée la fèhinti; 21.Eye Kékéré; 22.Airá ójo; 23.A niwa Wure; 24.Olowó; 25.Omo asiko bere; 26. Ago l’óna e; 27.Oba ní sà; 28. Máà inón; 29.Aláàkóso; 30.A sín e doba àra; 31.Aira ó lê lê; 32.Airá ó, ore géde; 33.Gbáà yíì l’àse; 34.Sàngó e pa; 35.Fírì ínón; 36. Barú; 37. Àjàká; 38.Àjáká òkè; 39.Ò be ri ò; 40. Aé aé ó gbé lê; 41.Agonjú; 42.Káwòóo; 43.Oba sérée; 44.Kíni ba; 45.Áwúre lê; 46.Ó fi làbá; 47.Ó jigón; 48.E ki Yemonja; 49.Oba sà rewà; 50.Sòngó to; 51.Ké kikì; 52.Kàtà-Kàtà; 53.Ògúm ní; 54.E ka máà ro; 55.E iyá kékéré; 56.Yemonjá sàgbàwí; 57.Oya kooro; 58.Odò hó; 59.Dá ní a padá; 60.A ri ide; 61.òsun e lóòla; 62.Yèyé yé olóomi ó; 63.Ayaba balé; 64.Ìyá do sìn; 65.Igbá Ìyàwó; 66.Oba e’léékò; 67. Ìtí wéré; 68.Oní sé a àwúre; 69.Ajagùnnòn; 70.Òrìsà oore;

Denílson dos santos Silva, Luiz Gustavo da Conceição, Raimundo Santa Rosa, Uaraçari de C. Pinto: Atabaques Run, Rumpi, Lê e Agogô; Coro: Ana Moreno, Bete d’Oxum, Cláudia Moraes, Dil Fonseca, Marcos Sacramento, Marilza Torres, Marlene De Lufan; Solo Vocal: M. Lúcia da Silva;

O que dizer de uma obra perfeita? José Flávio Pessoa de Barros conseguiu fazer o que ninguém nunca quis ou conseguiu: dar a atenção devida e respeitosa para a música de terreiro, esta matriz importante de sentimentos e dimensões que geraram e guardaram a força do povo brasileiro, seja nas igualdades sociais, seja na origem das manifestações artísticas de nosso povo. Livro e disco são excelentes, surpreendentes e corretíssimos na história e na descrição de cantos e toques, seja na reprodução da língua, seja na transcrição das partituras.
No livro, o autor explicita os procedimentos para a festa em homenagem ao orixá Xangô em suas várias etapas: preparo, bebidas e pratos festivos, mitos, danças, cânticos, etc. No cd, a mágica de músicos excelentes, envolvidos com a proposta e com a espiritualidade. O autor percorreu vários terreiros do Rio de Janeiro e ao perceber a falta de registro sobre os fundamentos da doutrina, resolveu escrever esta obra.
O desvendamento da estética de uma cultura é tarefa extremamente sensível. Palavras não são suficientes para descrever certas realidades e aí o discurso cede lugar à sensibilidade para atingir seu objetivo: este livro/cd é um maravilhoso presente à história brasileira, do mundo e da arte. Obrigatório.

Para ouvir a faixa 68, "Oní sé a àwúre", clique abaixo:



Tenda de Umbanda Folha Verde e Zé Pelintra - ?

Tenda de Umbanda Folha Verde e Zé Pelintra – LP – (?-Conselho afro-produções artísticas) – 1.Chamada de Zé Pilintra; 2.Morada de Zé Pilintra; 3.Zé Pilintra, o rei da boemia; 4.Mulher-mulher; 5.Cidade das Torrinhas; 6.Limoeiro de Zé Pilintra; 7.Zé Pilintra Abalou CC. 8.Zé Pilintra vem de Alagoas; 9.Boêmio Zé Pilintra; 10.Mestre Zé Pilintra; 11.Seu Doutor; 12.O mestre na mesa; 13.Subida de Zé Pilintra;

Tenda de Umbanda Caboclo Folha Verde e Zé Pilintra, com Babalorixá Bené de Ogum, e alabês. Este é um disco especial para este que vos escreve, pois o primeiro e o quinto pontos do disco eram cantados por nossa avó, índia guarani que fazia um culto de encantaria em nossa infância. Ela não usava as cantigas para invocar seu Zé Pilintra, mas as melodias são praticamente as mesmas. E o disco também é especial porque é muito bom: bem gravado, bem captado, simples, apenas dois atabaques, tocando em Toruás e Cabulas suaves, o coral afinado e o Bené de Ogum cantando muito bem com seu sotaque nordestino. Infelizmente (como sempre), não há informação alguma no disco além do nome das músicas.
AH, ESPECIALÍSSIMO, ESTE DISCO, POIS É A CENTÉSIMA POSTAGEM ESPERAMOS CHEGAR AOS TANTOS 18900 QUE FALTAM!!!! E SALVE O ZÉ PILINTRA!! SARAVÁ!!

Para ouvir a faixca 08, "Zé Pilintra vem de Alagoas", clique abaixo:

Toques, cantos e saudação aos Orixás Nação Keto com Luiz da Muriçoca - 1968

Toques, cantos e saudação aos Orixás Nação Keto com Luiz da Muriçoca – LP – (Musicolor –1968) 01.Xangô; 02.Iansã; 03. Iemanjá; 04.Ossaim; 05.Alujá; 06.Babalorixá; 07.Saudação a Exu; 08.Saudação a Ogun; 09.Saudação a Oxossi; 10. Logunedé; 11.Obaluaiê; 12.Obaluaiê2; 13.Obaluaiê3;

Luis da Muriçoca tem esse nome porque seu terreiro localiza-se no Bairro da Muriçoca, em Salvador. Sua linhagem vem do Gantois e do rito nagô de Pai Virgílio de Alves Assis. Neste disco Luiz da Muriçoca entoa alguns cânticos bem conhecidos do povo de santo. Os alabês são corretos, embora executem quase sempre o mesmo toque. O coro é bem afinado e Luis da Muriçoca canta bem ao estilo das nações mais antigas.

Para ouvir a faixa 09, "Saudação a Oxossi", clique abaixo:

Monday, March 19, 2007

Sarava Ogum – Série dos Ogans -1977

Sarava Ogum – Série dos Ogans – LP – (CID – 1977) 1. Chamada de Ogun/Pisa na linha de Umbanda/Pisa no Reino Cangira; 2.Ogun é pai de todos/Louvação a Ogum Beira Mar/Ogun Sete Ondas; 3. Louva cão a Ogum Dilê/Ogum Dé; 4.Ogum rompe Nuvens/Ogum Timbiri/Louvação a Ogum; 5.Ogum de Guia/Deixa a Gira Girar/Vencedor de demandas; 6.Ogum Oiá/Ogum Guerreiro/Coroa de Ouro; 7.Popologundê/OgumDakê/Ogum Megê; 8.Ogum Vai ao Ló/É madrugada/Seu Cavalo selei/Imagem de Ogum;

O centro espírita Obreiros de Oxalá foi o responsável pela direção musical deste disco, que conta com cantigas de raiz, adaptadas por músicos profissionais num formato radiofônico, com coro e percussionistas muito bons. A cadência, como sempre, é voltada ao samba e existe sempre a tentativa de recriar a atmosfera de terreiro através de saudações coletivas decoradas. Mas o disco é muito bem gravado, com os instrumentos muito bem equilibrados no estéreo. Há a presença de atabaques, congas, bongôs e afuxés e agogôs de metal e de madeira. Um bom disco.


Para ouvir a faixa 01, "Chamada de Ogun", clique abaixo:


Thursday, March 08, 2007

Oferendas a Oxossi - Prov. 60/70

Oferendas a Oxossi (LP – A Universal/Cáritas/Provavelmente anos 70 com gravações dos anos 60);1. Bambolê Olé Olá; 2.Andorinha voou; 3. Saudação à Maria Baiana; 4. No Amazonas; 5. Sultão das almas; 6. Lua bonita; 7. Cabocla Jurema; 8. Relampeou; 9. Caboclo Boiadeiro; 10. Seu Tangaraí; 11. Clarão da Lua; 12. Serra Negra; Iluminou a Aruanda;

Não há informação alguma no disco, no que se refere ao terreiro, data de gravação, etc. Mas o que se ouve são terreiros legítimos, pureza e espiritualidade expressas no canto e no toque. Pelo menos um dos templos é a tenda de Umbanda Nossa Senhora Aparecida, presente em outros discos da Cáritas. Tudo muito simples, gravações feitas com captação direta, e sem exceção percebe-se muita alegria em todas as pessoas que cantam. A maior parte dos toques é em Cabula e Toruá, e pelo menos dois dos terreiros são fortemente influenciados pela encantaria amazônica. Todos os pontos são de raiz, com evidentes variações regionais nas letras. Um disco excelente, para quem quer ouvir cantos legítimos de umbanda, sem maquiagens de estúdio. Um disco emocionante, quase comovente, pela lembrança de uma umbanda que está desaparecendo.


Para ouvir a faixa 6, "Lua Bonita", clique abaixo:

Wednesday, March 07, 2007

Mantras Primevos de Umbanda - 2000


Mantras Primevos de Umbanda – CD – (OICD – 2000) – 1. Mantra Primevo do Ombhandhum; 2. Mantra de Permissão aos sete Arashas; 3. Vozes da Natureza; 4. Mantra do Par Vibratório Primevo; 5. Mantra em Tributo a Yemanjá; 6. Mantra de Exaltação ao Arasha Yorima; 7. Sons do Infinito; 8. Mantra ao Par Tântrico Yorima; 9. Tributo a Hauanauara; 10. Mantra de Permissão aos Mestres Tântricos; 11. Penetrando no Inconsciente; 12. Rito de Permissão a Mestre Arashamanan para executar os mantras, tantras e yantras; 13. Mantra de Louvação ao Tembetá; 14. Nos pés de Essuia; 15. Mantra de Purificação dos elementos; 16. Filhos da Terra; 17. Mantra tributo a Yamunisiddha Arhapiagha;

A Umbanda é um território vastíssimo em sua composição religiosa, musical e social. Nela existem vários tipos de manifestações que se interpenetram e se comunicam num exercício poucas vezes visto na religiosidade, onde rituais completamente diferentes convivem uns com os outros em harmonia. Ser diferente não significa ser desigual e muito menos antagônico. Assim, a Umbanda vai da periferia ao centro de sua própria manifestação, abarcando e reconstruindo sempre com inovação e propriedade os ritos que dela se originam, pois o sincretismo é a primeira maneira de se fazer síntese e síntese é a procura do melhor na mistura de diferentes concepções. Este disco pode soar estranho para aqueles mais acostumados com os pontos cantados e com os toques clássicos de atabaques. Mas é um disco profundo, de grande impacto sobre o espiritual de qualquer pessoa, atemporal e universal, pois foi amplamente vivido dentro do templo antes de ser gravado. Baseia-se nas questões teogônicas dos mistérios da palavra, da coroa do verbo e encontra-se com a ancestralidade de todas as raças, livre das algemas das línguas regionais. Histórico por seu ineditismo. Polêmico pela proposta é, acima de tudo, um disco repleto de amor e felicidade. Foi gravado no templo da Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino, com seu corpo mediúnico reunido. Na parte percussiva, embora não conste no encarte, os dois alabês da OICD e integrantes do grupo Kangoma, José Roberto Silva, o Yamatiara e Yan Kaô, o Obashanan.

Para ouvir a faixa 15, "Mantra de Purificação aos elementos", clique abaixo:

Sunday, March 04, 2007

Na Gira dos Caboclos - 1974

Na Gira dos Caboclos – LP – (Alvorada – 1974) – 1-Oxossi Rei da Mata; 2-Caboclo Pena Branca; 3-Salve a Cabocla Jurema; 4-Caboclo Tupinambá; 5-Caboclo Flecheiro; 6-Na Gira dos Cabcoclos; 7-Cadê Vira-Mundo; 8-Caboclo Sete Flechas; 9-Oxossi Sete Flechas; 10-Oxossi da Mata; 11-Caboclo Venceu; 12-Seu Pena Branca; 13-Cabocla Jurema;
Este é o disco campeão dos umbandistas! Não me lembro de ninguém na banda que não tivesse este LP em sua casa, seja em fita cassete ou em bolachão. E muitos terreiros o tinham estrategicamente guardado lá atrás do peji, quando tinham o azar de não terem presentes nenhum alabê ou atabaqueiro em suas giras. Pois tal problema gerou uma das maiores distorções dentro do mundo dos terreiros: o de se colocar música de terceira geração sonora para se fazer rituais. É comum ainda hoje terreiros colocarem discos ou cds e dispensarem o canto, as curimbas e os atabaques ao vivo. Todos os pontos são de raiz, de escolas umbandistas diversas, recebidos e inspirados anonimamente em terreiros, mas que foram registrados pelos “autores”: Avarese, J.Barroso, Alberto Paz, Cezar Cruz, João Ferreira, Sidney da Conceição, J.B. de Carvalho, Rubem Brasil, Neusa Lino, Dias da Cruz, Geraldo Gomes e Armando de Carvalho; Uma capa muito bonita é atrativa principalmente para os gringos, que vêm ao Brasil comprar este disco, como um alvo preferido, para misturarem em suas mixagens de tecno, trance e jungle, o que faz os donos de sebo pedirem um preço absurdo por ele, já que nem chega a ser tão raro. O disco é muito bem gravado, com coral profissional de estúdio (evidentemente a gravadora não dá o nome dos músicos), todos os pontos tocados em Congo de Ouro e Cabula, num arranjo que revela a claríssima ponte entre o samba e a macumba. Atabaques, um agogô e um surdão fazem a parte rítmica, com percussionistas muito bons. Um disco clássico.

Para ouvir a faixa 07, "Cadê Viramundo", clique abaixo:


Saturday, March 03, 2007

A Umbanda sem segredos

Em 1968, a revista Enciclopédia publicou uma matéria de 14 páginas da jornalista Zora A. O. Seljan, "Os deuses que vieram da África". Um irmão nos mostrou a revista e ao lermos a reportagem, ficamos supresos como em outros tempos a umbanda era muito mais compreendida do que hoje. A matéria, muito boa, mostra, talvez pela primeira vez a unidade da umbanda enquanto religião brasileira, unindo em seus vários braços de manifestação os Candomblés, Catimbós e outras manifestações da religiosidade brasileira, além do que a matéria em momento algum é tendenciosa ou irônica, tratando o fenômeno umbandista com a seriedade e importância que o tema merece. Abaixo, a matéria, página à página.

















Umbanda - Sylvano Alves - Prov. 60/70

Umbanda – Sylvano Alves – LP – (Nortson - Provavelmente anos 60/70) –1.As Criancinhas; 2.Negro velho; 3.Pena Branca; 4.Todos os Baianos; 5. Salve Yemanjá; 6. Filho de Oxalá; 7.Divino Mestre; 8. Quizumba; 9. Tranca Rua; 10. Pomba Gira; 11. Paz no Conga; 12. Despache;
Todas as composições são de louvação, não há nenhum ponto de raiz. Composições de Baianinha, A. Bittencourt, J. Rangel, E. Bispo, Adailson, S. Alves, J. Aldo, Jorge Rangel, F. Costa, V. silva, Caçula. Um disco com produção simples, sem qualquer sofisticação para um disco de louvação. Sylvano Alves as vezes não chega no tom, mas canta com vontade. Um violão e os vocais de fundo trazem um clima de música sertaneja antiga. Um só atabaque, um chocalho e um agogô fazem a parte percussiva.
Para ouvir a faixa 11, "Paz no Congá, clique abaixo:


Thursday, March 01, 2007

Gira da Umbanda - 1979


Gira da Umbanda – LP – (Cid – 1979) – 1- Exaltação a Exu; 2 - Oxossi das Sete Giras; 3 –Ponto do Caboclo Araúna; 4 – Ponto do Caboclo do Sol e da Lua; 5 – Ponto do Caboclo Urubá; 6 – Ponto do Caboclo das Três Montanhas; 7 – Ponto do Preto Velho Pai Caetano; 8 – Ponto do Vovô Sete Estrelas; 9 – Ponto de Xangô Alafim; 10 – Ponto de Xangô Jurema; 11 – Ponto de Crispim e Crispiniano; 12 – Ponto de Ogum;
Com uma produção extremamente profissional, a Tenda espírita São Sebastião do Rio de Janeiro gravou um disco onde os pontos são de louvação, compostos pelos compositores Joaquim de Albuquerque, Jorge José da Silva, orondino José da Silva, Del Loro e Lívia Prestes da Silva. É um disco muito bom, onde os temas umbandistas são gravados na maior parte em ritmo de um samba verdadeiro, típico dos anos setenta, alguns tão bem executados que em alguns momentos se aproximam do choro. O coral é afinadíssimo, canta em uníssono. Cordas, atabaques, agogô e reco-reco realizam um trabalho impecável. Com este formato, é um disco que ainda pode ser - e com certeza foi – muito apreciado por umbandistas ou não.


Para ouvir a faixa 4, "Ponto do caboclo do Sol e da Lua", clique abaixo:

Thursday, December 07, 2006

Salve o Povo da Bahia - Prov. década de 70

Salve o Povo da Bahia (Universal/Cáritas-provavelmente década de 70) 1. Sarava Filho de Pemba; 2. Marinheiro Só; 3. Esta casa tem quatro cantos; 4. Tem areia; 5. Se ele é baiano... eu quero ver; 6. Quando cheguei da Bahia; 7. É hora de Samba; 8. Na Bahia tem; 9. Este coco tem dendê; 10. Estrela D´alva; 11. Estava no Mato; 12. Na Bahia corre água sem chover; 13. baiano que vem da Bahia; 14. Vamos pisar no Catimbó; 15. Meu senhor da Bahia; 16. Baiana da Saia rendada; 17. Salve a Bahia;
Tenda da Federação de Umbanda Nossa Senhora Aparecida; Um disco curioso, pois trata-se de um legítimo terreiro de Catimbó já integrado nas práticas ritualísticas umbandistas, mas o encarte traz informações relacionadas a Umbanda esotérica, com os nomes utilizados por essa outra escola onde fazem uma relação duvidosa com correspondências entre potestades africanas e indígenas. A parte musical é muito boa e sincera, remete aos cultos mais indígenas da encantaria de onde a Umbanda mística retirou muito de sua ritualística, os alabês são competentes, tocando quase todo o disco em Toruá, como é característico (com exceção do Tambor de Mina) dos templos de Toré, Catimbó e das Juremas de terreiro. O coro das meninas é muito simpático e estão presentes em vários discos clássicos de Umbanda e Kimbanda (escute o disco No Reino de Exu, o ponto de Tranca Ruas, impressionante); um registro muito bom e verdadeiro.

Para ouvir a faixa 6, "Quando cheguei da Bahia", clique abaixo:

Marinheiro - ?


Marinheiro (Cáritas – 19?) LP – 1.Vem Marinheiro; 2. Minha jangada vai sair; 3. Sua Morada é no mar; 4. Seu Martin Pescador; 5.Marinheiro Só; 6.Cirandeiro; 7. Navio Negreiro; 8. Marinheiro Sou; 9.Toques: barravento; 10. Congo Nagô; 11. Congo de Ouro; Coral da tenda Pai Oxalá e Mãe Maria Conga; Mãe Maria Helena Medeiros e os ogãs Luiza e Álvaro;
Um disco com pontos de raiz e curiosas readaptações: a música dos terreiros influencia e se re-inspira; assim, músicas da MPB são reaproveitadas em pontos, como é o caso de “Minha jangada vai sair” de Dorival Caimmy, provavelmente criada sob o clima místico de algum ponto de encantados, quem sabe? “Marinheiro Só” e “Cirandeiro” são legítimos pontos de encantados que são muitíssimo conhecidos Brasil afora pelo sucesso que fizeram no vocal de cantores consagrados, como Milton Nascimento. O ogã Luiz canta ao estilo dos antigos Colofés, com o vozeirão empostado, visando vencer o volume da percussão. Como é de praxe na encantaria, pode-se ouvir o ganzá, herdeiro direto da maracá, um atabaque apenas, percutido pela alabê Luiza, muito competente e no lugar do agogô, um triângulo.Um disco sem maiores pretensões, mas muito bonito e agradável. A Faixa 8 é enxertada, talvez sobra de estúdio.
Para ouvir a faixa 2, "Minha jangada vai sair", clique abaixo:


Salve o Caboclo Boiadeiro – Miguel de Tempo Deuandá - 1989 - gravações originais anos 60?


Salve o Caboclo Boiadeiro – Miguel de Tempo Deuandá (Cáritas/Luzes – 1989 originalmente, talvez anos 60) LP/CD - 1.Canto de Boiadeiro; 2.Chegada de Boiadeiro; 3. Corda de Boiadeiro; 4. Corda de laçar meu boi; 5. Eu me chamo boiadeiro; 6. A menina do sobrado; 7.Aldeia de Boideiro; 8. Pedrinha Miudinha; 9. Estrela Dalva; 10. Quero ver cair; 11. Seu boiadeiro é quem sabe; 12. Abelha que faz o mel; 13. Retirada de Boiadeiro;
Miguel de Tempo era tido como filho do Joãzinho da Goméia e durante algum tempo foi considerado seu sucessor. Deuandá canta bem, embora seu coro desafine um pouco (coisa natural nas gravações ao vivo); seus alabês são corretos. No Cd foi enxertada uma faixa de capoeira (a primeira). Assim, Miguel de tempo canta a partir da segunda faixa, a primeira no disco original.


Para ouvir a faixa 8, "Pedrinha Miudinha", clique abaixo:

Wednesday, November 29, 2006

Candomblé Gêge - Ijexa- Kêto – Volume 2 - 1987

Candomblé Gêge - Ijexa- Kêto – Volume 2 – (Cáritas – 1987)1.Oxumaré; 2.Ágüe; 3.Iansã; 4.Oxum; 5.Logun edé; 6.Iemanjá; 7.Nanã; 8.Oxalá;
Pai Arlindo Pereira do Rio com o coro dos filhos do templo Xangô Airá Aufungêge. Pai Arlindo e seus filhos nesse disco já desenvolvem algo raro: alguns cantos são em português, algo muito mais observado em Candomblés de raiz Bantu e/ou somente nos Candomblés de Caboclo, mas aí não estamos mais falando de culto Lesè Orixá... as observações para este disco são as mesmas do volume 1.


Para ouvir a faixa 3, "Iansã", clique abaixo:


Candomblé Gêge- Ijexa- Kêto – Volume 1 -1987

Candomblé Gêge - Ijexa - Kêto – Volume 1 – (Cáritas – 1987) 1. Exu-Ogum; 2.Osssãe; 3.Oxossi; 4. Xangô; 5.Omulu; 6.Oxumarê;
Pai Arlindo Pereira do Rio com o coro dos filhos do templo Xangô Airá Aufungêge. Disco muito bem gravado, com ótimos Alabês. O Pai Arlindo canta muito bem, e apesar do coro parecer um tanto quanto inseguro no início do disco – provavelmente o pessoal deve ter estranhado o clima de estúdio – logo essa impressão se dissipa e as cantigas começam a tomar corpo e a ficarem empolgantes, apesar de alguns erros existirem devido a falta de ensaios. Alguns Orikis parecem um tanto quanto diferenciados no modo de cantar se comparados a outros templos, embora isso não comprometa o resultado geral. Um disco muito bom. Mais uma vez não existe nenhum registro de quem são os Alabês, uma falha historicamente constante nos discos da “banda”.

Para ouvir a faixa 9, "Oxumarê", clique abaixo:

Pai Cido de Oxun Eyin - Raízes de Keto - 1994

Pai Cido de Oxun Eyin - Raízes de Keto (Fermata/Cáritas/Luzes -1994) LP; CD;
Faixas: 01. Exu; 02. Ogun; 03. Oxossi; 04. Ossain; 05. Obaluaê; 06. Oxumarê; 07. Xangô; 08. Inhasã; 09. Oba; 10. Oxum; 11. Ewá; 12. Yemanjá; 13. Logun Edé; 14. Nana; 15. Oxaláguiã; 16. Oxalálufã;
Pai Cido de Oxun Eyin com coro da roça do Ilê de Oxum: Ekedi Irani; Ekedi Suely; Ya-Kekerê; Oju Cesi; Pai Paulo de Logun Edé e os alabês: Ogã Giboadê – Lê, Pai Tetê – Rumpi, Pai Tonho - Itu Rum, Ogã Vandinho – Gã; Direção e produção: Jairo Rodrigues; Um dos que mais registraram os cânticos da nação, Pai Cido está muito bem acompanhado pelos alabês (excelentes!) e pelo coro. Um disco bem gravado, muito limpo em sua sonoridade e um clássico no meio da nação Keto. Indispensável...

Para ouvir a faixa 10, "Oxum", clique abaixo:

Candomblé Brasil - 2000

Pai Cido de Oxun Eyin – Candomblé Brasil (Cáritas/Luzes - 2000) CD;
Faixas: 01. Exu; 02. Ogun; 03. Oxossi; 04. Ossain; 05. Obaluayê/ Omulu; 06. Oxumarê; 07. Nana Buruku; 08. Oxum; 09. Logunodé; 10. Oba; 11. Ewá; 12. Iansã; 13. Yemanjá; 14. Xangô; 15. Oxalufã; 16. Oxoguiã; 17. Hino do Candomblé; 18. Solidão (Verônica Pires);
Pai Cido acompanhado pelo coral: Gabriela, Valéria, Juliana, Carmen, Jussara, Rodnei e Enéas e pelos alabês; Marcelo de Xangô: Rum; Nilson de Oxossi: Lê; Maurício de Ogun: Rumpi; Adolfo de Logunedé: agogô; direção: Toninho Gudin; Pai Cido canta bem, mas o coral desafina muito. Os alabês são muito bons e salvam o disco. Uma estranhíssima aparição de uma faixa cheia de teclados cantada por uma tal de Veronika Pires faz o disco virar um exotismo.

Para ouvir a faixa 11, "Ewá", clique abaixo:


Cânticos aos Orixás - Carlinhos de Oxum - 1997


Cânticos aos Orixás - Carlinhos de Oxum - CD (Natasha/1997) Faixas: 01. Avamunha; 02. Exu; 03. Ogun; 04. Oxossi; 05. Obaluaê; 06. Ossanhe; 07. Oxumarê; 08. Nana; 09. Oba; 10. Ewá; 11. Oxum; 12. Iansã; 13. Iemanjá; 14. Xangô; 15. Alujá; 16. Ijexá; 17. Angola; 18. Oxalá; 19. Ijexá II;
Carlinhos de Oxum acompanhado de seus filhos; Coral: Cirene, Guacira, Nádia, Maria Pinheiro; Ana Paula; Viviane; alabês:Marcos Antônio Bastos, Luiz Gustavo, Denílson Silva, Ivo Damas Assunção. Este seria um disco impecável não fosse a mixagem: em alguns momentos os tambores embolam, o Rum fica para trás e o Lê com som de mesa. O mesmo acontece com a voz, que ora está muito alta, ora está para trás, mas traz orikis interessantes e pouco gravados por outros sacerdotes.

Para ouvir a faixa 18, "Oxalá", clique abaixo:

Bate Nagô - Prov. 1970


Bate Nagô – LP – (Cáritas - Provavelmente 1970) – 1.Iansã; 2.Xangô; 3.Oxum; 4.Iemanjá; 5.Orixalá; 6.Bate Nagô; 7.Ogum; 8.Ode; 9.Obaluaiê; 10.Ibeiji; 11.Salubá Nana;
A Yalorixá Rosa Silva Martins canta em Nagô um xirê em que o Alabê (só se ouve um atabaque) toca apenas com as mãos, algo comum nos templos Nagô, embora se use nesses cultos o tambor ilú. Em vez de Xequerê, um dos Alabês usa um Caxixi, o que por vezes atrasa um pouco o andamento das canções, mas os toques estão corretíssimos, e o disco chega a ser envolvente em alguns momentos, os cânticos são bastante antigos e cantados num estilo extremamente africano.
Para ouvir a faixa 9, "Obaluaiê", clique abaixo:


Axé Ilê Oba - 1983


Axé Ilê Oba - LP/CD – (Fermata/Cáritas/Luzes – 1983) 01. Exu; 02. Ogun; 03. Obaluaiê; 04. Xangô; 05. Oxum; 06. Yemanjá; 07. Iansã; 08. Oxumarê; 09. Tempo; 10; Oxossi; 11. Ossanha; 12. Logun; 13. Nana Buruku; 14. Ode; 15. Oxalá;
Babalorixá Caio Aranha com os filhos do Axé Ilê Oba; O Axé Ilê Oba é um dos terreiros mais tradicionais do Brasil. Disco Clássico, muito bem captado em sua ambiência, o clima do terreiro é bem envolvente, com coral afinado e excelentes alabês;

Para ouvir a faixa 08 "Oxumarê", clique abaixo: