01.Labarã; 02.Orerê emapá; 03.Patuá; 04.Aguaxirê/Saleromi; 05.Xerê Jexé; 06.Kissanga; 07.Três Coruna; 08.Ódemã; 09.Coicoia; 10.Saudação a Oxossi; 11.Seleloá (Nave Isaura); 12.Rei da Hungria;
Senhoras e senhores, o que dizer de uma obra onde respeito e integridade se fundem de tal forma que já não é possível pensar em nada, a não ser que estamos frente a uma nova reconstrução da música num encontro suntuoso de ancestralidade e modernidade!? As cores múltiplas de todas os modos brasileiros de se fazer música tradicional estão nessa obra impecável, da Umbanda ao Candomblé, da Encantaria ao canto Católico e além. Permeado por toques sutis de psicodelia, ruídos sampleados são tratados como percussão e percussão viva é perfeitamente transformada em agradáveis melodias onde baixos e agudos se reconstroem numa concepção timbrística intrincada e muito bem pensada. Carlinhos Brown atingiu a excelência como um pensador refinado das atitudes e posturas que o músico das religiões brasileiras deve ter enquanto fomentador social no tocante ao poder de envolvimento que tem com os prosélitos do "santo" e consequentemente ponte essencial da responsabiulidade de ser um tradutor entre a linguagem dos homens e dos deuses.
Candombless mistura a música pop eletrônica aos cantos tradicionais dos cultos que colorem a Bahia de todos os tempos. O disco conta com a participação da comunidade dos músicos e sacerdotes do santo e em momento algum esta é submergida ou absorvida por qualquer excesso eletrônico, pelo contrário, a eletrônica, como filha da acústica, atualiza os pontos para uma linguagem contemporânea, tornando-se tão ancestral e milenar como eles. Há rezadeiras, Ialorixás, Alabês e Babalorixás, traz a reza da aparição do Arcanjo Gabriel e o canto de Oxotocanxoxô, o mito primordial de Oxossi, como o guerreiro que venceu uma batalha com apenas uma flecha. E conta com participação mais que especial de Mateus Aleluia, o último dos Tincoãs.
É assim: Carlinhos Brown, AYAN IRÊ Ô!!
Para ouvir a faixa 07, "Três Coruna", clique abaixo:
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