Monday, July 26, 2010

Afoxés de Pernambuco - 2004




Afoxés de Pernambuco - 2004 - CD - Pernamhusica
1-Vim da África (Alafin Oyó); 2-Alafin eu sou (Alafin oyó); 3-Capital Yorubá (alafin oyó); 4-Obá-Omi (Alafin Oyó); 5-Gexá (Ylê de egbá); 6-Sublime egbá (Ylê de egbá); 7-negra Nagô (Ylê de Egbá); 8-Agê-Re-Okê (Ylê de egbá); 9-Nossa Riqueza (Filhos d´Ogundê); 10-Vem meu povo (Filhos d´Ogundê); 11-Axé de Oceano (Filhos d´Ogundê); 12-Louvação para Yemanjá (Filhos d´Ogundê);
O que é um Afoxé?
Pesquisando o Dicionário Yorubá (Nagô)/Português, de Eduardo Fonseca Júnior, o estudioso não encontrará a palavra Afoxé, mas Afòsé. Tal palavra (é um substantivo) africana e em português tem a seguinte tradução: “dança ritual de encomendação das almas dos mortos” (pág. 13). Logo, provavelmente, em sua origem, o Afoxé seria um tipo de Cortejo Africano, com destaque na dança, que apresenta o morto aos cuidados de um mundo que não é o material.
Afoxé em Pernambuco
Por volta do final da década de 1970, negros participantes e ligados ao atual MNU, na cidade do Recife, iniciaram rodas de conversas para a organização de um repasse sensível de conscientização para a comunidade negra daquele momento histórico. A Arte, a Cultura, são meios de comunicação de forte impacto, que atingem o ser humano em sua ótica de percepção crítica e sentimental. Logo, o viés articulado por tais negros foi a criação (ou recriação) do Afoxé Pernambucano. Assim nasceu o Ilê de África, o Axé Nagô... E surgiu o Ara Odé (de Seu Raminho de Oxóssi) em Olinda. Desse último, da Ala de Xangô, saiu a Associação Recreativa Carnavalesca Afoxé Alafin Oyó.
Contudo, o Afoxé em PE é um bem cultural que possui como principais funções o vivenciar e preservar a Cultura Negra, como uma forma de possibilidade de conscientização negra da sociedade. Todavia, esse tipo de Cortejo possui um forte vínculo com o Candomblé, não compreendendo apenas o cultural, mas a junção entre Arte e Religiosidade.
O Afoxé, longe de ser, como muita gente imagina, apenas um bloco carnavalesco, tem profunda vinculação com as manifestações religiosas dos terreiros de Candomblé. Vem daí o fato de chamar-se o afoxé, muitas vezes, de "Candomblé de rua". Inclusive por homenagear um orixá, geralmente, o orixá da casa de candomblé a que pertence. Em Pernambuco, o afoxé ressurge com o Movimento Negro Unificado no final da década de 70, como uma das formas de se fazer chegar à maioria da população, o debate sobre consciência negra e liberdade, através da música. Esse álbum conta com a presença de 3 grupos de afoxé: Afoxé Alafin Oyó, Ylê de Egbá e Filhos de Ogundê.

Paula Guedes: vocais; Thiago Nagô: vocais, atabaque, moringa; André Mulatinho: atabaque, agogô, abê; João Juquinha: atabaque, rum, tantã; Fabiano: atabaque, abê; Dito d'Oxóssi: voz, rum, pi, berimbau; Nouga do Axé: alfaia, lé; Karina Buhr: agogô, abê; Leandro: voz; Liliane: backing-vocals e abê; Cristine: backing-vocals e abê; Reginho: tantã; Alixandre: agogô, conga, tantã, timba; Diêgo: agogô; Flávio: conga, agogô; Binho: atabaque;

Alafin Oyó


Fundada em 02 de março de 1986 tem por principal objetivo repassar e preservar a Cultura Tradicional Pernambucana; em especial, a Cultura Negra. Ela é uma reverência a ancestralidade oyó. Trajas-se à moda africana – como a estética de todo Cortejo de Afoxé – e é responsável por um dos maiores repertórios de Afoxé do Estado de Pernambuco. A entidade se configura como um dos maiores expoentes da Cultura Negra local e em 2004 foi oficializada como um Ponto de Cultura pelo Ministério da Cultura; ou seja, um dos pontos (entidades) que perpetuam a identidade do povo brasileiro. Segundo Lepê Correa, e toda a trajetória da entidade, até os dias de hoje ela se mostra, em toda sua riqueza de valores, da seguinte forma: Oni ê ê Omo Afonjá Pela benção de Oxalá Alafin eu sou Ouvi o agogô no repique Ao som de atabaques Tocando ijexá Eu me animei e disse é agora Minha preta está na hora O Alafin já vem São muitos negros De encarnado e branco Pelas ruas de Olinda Vem para mais de cem É a cultura Que vem descendo a ladeira Despertou lá na Ribeira Pela força de Xangô

http://alafinoyo.blogspot.com/

Para ouvir a faixa 01, "Vim da África" com o Alafin Oyó, clique abaixo:







Ile de egba

Fundada em 17 de agosto de 1986 no bairro Alto José do Pinho, Zona Norte do Recife, a Entidade de Cultura Negra Afoxé Ylê de Egbá é oriunda do centro de Candomblé Ilê-Axé Ayra Dôcy, tendo como presidente da agremiação Expedito de Paula Neves (Babalaô), mais conhecido como Dito D'Oxossi. O Ylê de Egbá é formado por vários segmentos que cuidam de sua organização, entre eles o Afoxé, grupo de ritmistas, cantores e compositores responsável pela parte musical da entidade. O Afoxé mescla o toque do "Ijexá" (ritmo afro) a vários outros ritmos das nações yorubás que vieram para o Brasil, resultando arranjos e músicas com interessantes variações rítmicas, dando um "toque" singular à batida do grupo através de xequerês, atabaques, ganzás e agogôs, entre outros instrumentos específicos dessas nações negras.A entidade também desenvolve várias atividades comunitárias, educacionais e de preservação da cultura negra, participando de eventos como o "IV Congresso Afro-brasileiro" ou da "Campanha dos 300 Anos de Zumbi dos Palmares".
Para ouvir a faixa 6, "Sublime Egbá" com Ylê de Egbá, clique abaixo:







Filhos D'Ogundê

Para ouvir a faixa 11, "Axé de Oceano" dos Filhos d´Ogundê, clique abaixo:





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