Pontos da Jurema - cd - Capitania das artes - 2008
01.Depoimento; 02.Abertura; 03.Abertura; 04.Abertura-Jurema; 05.Rei Tupinambá; 06.Saudação a Caboclo; 07.Cabaclo Aracati; 08.Caboclo Saraputinga; 09.Rei Salomão; 10.Mestre José Pelintra; 11.Mestre José Pelintra; 12.Cibamba; 13.Mestre Zé da Virada; 14.Zé Bebinho; 15.Saudação a Codó; 16. Mestre Antônio Olímpio; 17.Mestra Joaquina de Aguiar; 18.Malunguinho; 19.Luziara; 20.Luziara; 21.Mestre Manoel Maior; 22.Mestra Maria do Acais; 23.Mestre Benedita; 24.Mestre Germano; 25.Jurema, ponto de defesa; 26.Jurema pau de ciência; 27.Jurema, pau sagrado; 28.Candeinha; 29.Subida dos Mestres e Caboclos;
A prática da Jurema nordestina, também conhecida como Catimbó, é parte de um longo processo de transformação e assmilações culturais que se difundem pela região, sendo encontrada nas comunidades indígenas e no interior de diferentes religiões afro-brasileiras. A Jurema compõe um complexo de concepções e representações em torno da planta Jurema e se fundamenta no culto de possessão aos mestres, cujo objetivo é curar os doentes e resolver os problemas práticos da vida cotidiana, como os infortúnios amorosos e profissionais. Além dos mestres, outra categoria de espíritos é significativa, o Caboclo, ao qual se atribui identificação indígena e conhecimento de ervas e raízes. Esse complexo inclui ainda a bebida preparada com a casca da Jurema e o uso da fumaça dos cachimbos nos rituais.
A organização interna do culto pod eser dirigida por homens ou mulheres. Os objetos litúrgicos, denominados de marcas, resumem-se no Maracá (uma espécie de chocalho), no cachimbo e na Princesa (uma bacia de louça com fumo). O acompanhamento faz-se por meio de instrumentos de percussão (Maracá e palmas), podendo ainda serem acrescidos os tambores Ilus. A cerimônia ritualística principal, do culto é a denominada mesa, realizadas em sessões reservadas de consulta ou durante as festas públicas de consagração dos juremeiros. A cerimônia mais frequente, no entanto é o Toque da Jurema, sessão pública destinada á consulta verbal ás entidades, por ocasião do transe mediúnico, para atender aos pedidos dos interessados. Em forma de roda, gira, os integrantes cantam e dançam, ao som dos Maracás e Ilus; bebem jurema, consomem bebida alcoólica e fumo, num continuum entre ordem e desordem, marcando o caráter lúdico e transgressor do ritual.
Este registro é belíssimo, trabalho ímpar de nosso mano, o mestre Luiz Assunção (veja a capacidade do homem aqui: http://lassuncao.blogspot.com/ ). Um disco muito bem produzido, com um cuidado poucas vezes visto na escolha de repertório, onde imperou principalmente o respeito incondicional à característica do canto e da interpretação ritual.
Olha Luiz, cabra da peste, que venham mais trabalhos como este do vasto mundo da Encantaria (quem sabe sobre o Baião de Cura, a Barquinha, da Baía do Lençol, do Sebastianismo - origem de tudo - ou as inúmeras manifestações do Daime?), pois é gente como você que traz de volta a unidade perdida das legítimas manifestações religiosas brasileiras, cada vez mais à sombra dos edifícios do nazismo neopentecostal.
Para ouvir a faixa 26, "Jurema, pau de ciência", clique abaixo:
A prática da Jurema nordestina, também conhecida como Catimbó, é parte de um longo processo de transformação e assmilações culturais que se difundem pela região, sendo encontrada nas comunidades indígenas e no interior de diferentes religiões afro-brasileiras. A Jurema compõe um complexo de concepções e representações em torno da planta Jurema e se fundamenta no culto de possessão aos mestres, cujo objetivo é curar os doentes e resolver os problemas práticos da vida cotidiana, como os infortúnios amorosos e profissionais. Além dos mestres, outra categoria de espíritos é significativa, o Caboclo, ao qual se atribui identificação indígena e conhecimento de ervas e raízes. Esse complexo inclui ainda a bebida preparada com a casca da Jurema e o uso da fumaça dos cachimbos nos rituais.
A organização interna do culto pod eser dirigida por homens ou mulheres. Os objetos litúrgicos, denominados de marcas, resumem-se no Maracá (uma espécie de chocalho), no cachimbo e na Princesa (uma bacia de louça com fumo). O acompanhamento faz-se por meio de instrumentos de percussão (Maracá e palmas), podendo ainda serem acrescidos os tambores Ilus. A cerimônia ritualística principal, do culto é a denominada mesa, realizadas em sessões reservadas de consulta ou durante as festas públicas de consagração dos juremeiros. A cerimônia mais frequente, no entanto é o Toque da Jurema, sessão pública destinada á consulta verbal ás entidades, por ocasião do transe mediúnico, para atender aos pedidos dos interessados. Em forma de roda, gira, os integrantes cantam e dançam, ao som dos Maracás e Ilus; bebem jurema, consomem bebida alcoólica e fumo, num continuum entre ordem e desordem, marcando o caráter lúdico e transgressor do ritual.
Este registro é belíssimo, trabalho ímpar de nosso mano, o mestre Luiz Assunção (veja a capacidade do homem aqui: http://lassuncao.blogspot.com/ ). Um disco muito bem produzido, com um cuidado poucas vezes visto na escolha de repertório, onde imperou principalmente o respeito incondicional à característica do canto e da interpretação ritual.
Olha Luiz, cabra da peste, que venham mais trabalhos como este do vasto mundo da Encantaria (quem sabe sobre o Baião de Cura, a Barquinha, da Baía do Lençol, do Sebastianismo - origem de tudo - ou as inúmeras manifestações do Daime?), pois é gente como você que traz de volta a unidade perdida das legítimas manifestações religiosas brasileiras, cada vez mais à sombra dos edifícios do nazismo neopentecostal.
Para ouvir a faixa 26, "Jurema, pau de ciência", clique abaixo:
Agora, o especial do Fantástico sobre Jurema!!
5 comments:
Meu amigo, muito obrigado por texto tão bonito. Parabenizo você pelo sério trabalho de documentação e informação, isso sem falar no blog que a gente sempre aprende algo novo quando visita-o.
Vamos continuar trabalhando!
Aproveito para dizer que no meu blog as faixas do CD estão disponíveis para baixar.
Grande abraço,
Luiz
Mestre Luiz, Saravá!!
A verdade é que tanto você quanto outros - o velho mestre Nei Lopes, por exemplo - é que são os bambas da junção harmoniosa da pesquisa e do respeito às tradições que nos antecederam. Vocês mergulham em questões e comunidades sem fazerem a diferença que os mundos culturais selam em seus muros de hipocrisia. Essa mesma que vemos por aí muito mal disfarçada em pesquisadores que mais fazem é se aproveitar da atmosfera de inocência que os terreiros de verdade - graças a Tupã - ainda carregam. Quanto ao nosso trabalho, somos ainda afeitos demais a uma derrubada dos "mitos" e das "pré-imagens" criadas no vastíssimo estereótipo negativo criado no imaginário dos cultos brasileiros. Por isso tentamos dar uma cara mais "pop" aos assuntos e postagens. Mas obrigado pelas palavras de incentivo, pois cada frase positiva vinda de sua boca se transforma em medalhas no peito de nosso mérito! Obrigado!
Tania
Quanto o valor deste cd?
Obrigada.
Olá! Agradecemos pela visita ao Chiadofone e pedimos licença para colocar seu blog entre nossos favoritos. Longa vida ao Acervo Ayom!
Como faço para adquirir esse cd???
Onde é vendido???
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