Dona Edith do Prato - Vozes da Purificação - CD - Quitanda/Biscoito Fino - 2003
01. Abertura e Cavaleiro; 02. Quem Pode Mais, Dona de Casa, Eu Vim Aqui; 03. Marinheiro Só; 04. Casa Nova, Raiz; 05. Tombo do Pau; 06. Samba Numerado; 07. Ariri Vaqueiro; 08. Senimbú e Calolé; 09. Ai Dindinha; 10. Minha Senhora, How Beautiful; 11. Santo Amaro Ê Ê; 12. Viola Meu Bem; 13. Vivas;
Para quem não está ligando o nome à pessoa, e para quem gosta de música brasileira, dona Edith do Prato não é outra senão Edith Oliveira, que abriu o LP Araçá Azul (1973), de Caetano Veloso, cantando "Viola, Meu Bem" (adaptação de Caetano para tema de domínio público), e dividiu com ele os vocais em "Sugar Cane Fields Forever". Dona Edith também era citada ("Edith Oliveira, meu bem/ Ai, ai, ai/ Torno a repetir, meu amor/ Ai, ai, ai...") na parte improvisada do samba-de-roda "Torno a Repetir" (1968), outra adaptação de Caetano para tema popular.
Eram formas de homenagem do já famoso cantor à amiga de sua mãe, dona Canô, que sempre reuniu em casa amigos e parentes para cantarem samba-de-roda horas a fio, com o indispensável acompanhamento das iguarias da culinária do Recôncavo baiano. Com certeza, foi um ambiente de intenso aprendizado para o autor de "Odara" - o aprendizado mais gostoso, em que é difícil dizer quem ensina e quem aprende, e ninguém chega a perceber o processo acontecendo.
E é óbvia, para quem é da "Banda", logo na primeira audição, a presença inquívoca de trechos de pontos cantados em terreiros de Encantaria, Omolokô, Candomblés de Caboclo e nas Umbandas desse Brasil. Um exemplo claro é "Viola meu bem, viola", que em qualquer terreiro se escuta nas giras de baianos e boiadeiros. Além desta, é óbvia, ainda a "Marinheiro Só", usada para invocar os encantados do mar. Dizem ser de domínio popular, criação do povo para a festa. Acreditamos que esses cânticos em sua maioria surgiram dentro do terreiro e depois foram levados para o folguedo profano. Um modo muito saudável que a espiritualidade brasileira encontrou para se manter viva na cultura e na alma de nosso povo.
Para ouvir a faixa 03, "Marinheiro só", clique abaixo:
01. Abertura e Cavaleiro; 02. Quem Pode Mais, Dona de Casa, Eu Vim Aqui; 03. Marinheiro Só; 04. Casa Nova, Raiz; 05. Tombo do Pau; 06. Samba Numerado; 07. Ariri Vaqueiro; 08. Senimbú e Calolé; 09. Ai Dindinha; 10. Minha Senhora, How Beautiful; 11. Santo Amaro Ê Ê; 12. Viola Meu Bem; 13. Vivas;
Para quem não está ligando o nome à pessoa, e para quem gosta de música brasileira, dona Edith do Prato não é outra senão Edith Oliveira, que abriu o LP Araçá Azul (1973), de Caetano Veloso, cantando "Viola, Meu Bem" (adaptação de Caetano para tema de domínio público), e dividiu com ele os vocais em "Sugar Cane Fields Forever". Dona Edith também era citada ("Edith Oliveira, meu bem/ Ai, ai, ai/ Torno a repetir, meu amor/ Ai, ai, ai...") na parte improvisada do samba-de-roda "Torno a Repetir" (1968), outra adaptação de Caetano para tema popular.
Eram formas de homenagem do já famoso cantor à amiga de sua mãe, dona Canô, que sempre reuniu em casa amigos e parentes para cantarem samba-de-roda horas a fio, com o indispensável acompanhamento das iguarias da culinária do Recôncavo baiano. Com certeza, foi um ambiente de intenso aprendizado para o autor de "Odara" - o aprendizado mais gostoso, em que é difícil dizer quem ensina e quem aprende, e ninguém chega a perceber o processo acontecendo.
E é óbvia, para quem é da "Banda", logo na primeira audição, a presença inquívoca de trechos de pontos cantados em terreiros de Encantaria, Omolokô, Candomblés de Caboclo e nas Umbandas desse Brasil. Um exemplo claro é "Viola meu bem, viola", que em qualquer terreiro se escuta nas giras de baianos e boiadeiros. Além desta, é óbvia, ainda a "Marinheiro Só", usada para invocar os encantados do mar. Dizem ser de domínio popular, criação do povo para a festa. Acreditamos que esses cânticos em sua maioria surgiram dentro do terreiro e depois foram levados para o folguedo profano. Um modo muito saudável que a espiritualidade brasileira encontrou para se manter viva na cultura e na alma de nosso povo.
Para ouvir a faixa 03, "Marinheiro só", clique abaixo:
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