Tuesday, August 21, 2007

Virgínia Rodrigues - Nós - 1998


Nós - Virgínia Rodrigues - CD - Natasha - 1998


1.Canto para Exu; 2.Uma história de Ifá; 3.Salvador não inerte; 4.Afreketê; 5.Jeito Faceiro; 6.Depois que o Ilê passar; 7.Oju Obá; 8.Raça Negra; 9.Deus do Fogo e da Justiça; 10.Malê de Balê; 11.Mimar Você; 12. Reino do Daomé;


O que posso dizer deste disco? O que se ouve aqui é algo estratosférico, algo que realmente beira o imponderável: forte e sereno ao mesmo tempo, gracioso na proposta, um clima de quase angústia se sobressai sobre a melancolia que permeia a atmosfera de toda a obra... quase sobrenatural a voz de Virgínia parece um orixá na terra, como é descrito nas lendas: com toques de uma humanidade já esquecida... é como se sua voz nos lembrasse de algo que não está na memória, de tão antigo, de tão ancestre.


A sua aprendizagem foi feita de uma maneira informal, crescendo a cantar em coros de igrejas católicas e protestantes e em cerimónias de Candomblé, até ser descoberta pelo Bando do Teatro Olodum que a convidou para integrar os seus espectáculos.


Em 1997, durante um ensaio de “Verónica”, uma representação desta companhia bahiana, alguém começou a chorar ao ouvir a voz de Virgínia Rodrigues. Essa pessoa era Caetano Veloso que, juntamente com Marcio Meirelles, encenador do Olodum, se encarregou de a dar a conhecer ao mundo.


A ex-manicure saída de uma favela de Salvador realizou, em um ano, duas turnês pelos Estados Unidos, shows na Europa e foi entrevistada por David Byrne, ao vivo, na televisão americana. Nos Estados Unidos, Europa e Japão, o primeiro disco de Virgínia saiu pela gravadora Rykodisc, de propriedade de Cris Blackwell, o mesmo que popularizou nomes como Bob Marley, Peter Tosh e U2.


Me arrisco a dizer se não seria ela uma nova Clementina...

Para ouvir a faixa 01, "Canto para Exu", clique abaixo:



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