Sunday, April 05, 2015

"Preto Velho no terreiro" - Cilindro - Tema instrumental - 1900



"Preto Velho no terreiro" talvez seja a música mais antiga encontrada em nossas pesquisas na qual é citado um tema relativo ao imaginário de terreiro.


O cilindro de onde a gravamos possuía a data de 1900, e não havia nome dos compositores nem dos músicos. É uma faixa surpreendente e estranha, pois trata-se de uma peça instrumental com piano e acordeon, bem ao estilo da época, que era influenciada musicalmente pela cultura musical da França.
Rótulo interno do cd

O ouvinte atento perceberá que os baixos do piano estão baseados numa sequência cheia de intenções em 2/4, muito próximo dos batuques e lundus do período. Após gravarmos de um fonógrafo original, salvamos o áudio e o limpamos para que mais essa peça da música do imaginário de terreiro pudesse ser ouvida novamente.


Para ouvir esta raridade, clique abaixo:

 


Wednesday, April 27, 2011

Caminhos Abertos, Axé! - 2010




Caminhos Abertos, Axé! - Valéria Barbosa - CD - Independente - 2010


01. Rua Aberta; 02.Retalho de Mulambo; 03.Companhia de Zé; 04.Abre Caminho; 05.Coberto de Palha; 06.São 4 guerreiros; 07.Beijo de Oxá; 08.Filho do Vento; 09.Oxum Apará; 10.Ayé de Nanã; 11.Yá Ogunté; 12.Mãe de Ori do Mundo; 13.Tuiuiu na Mata; 14.Proteção de Arranca Toco; 15.Roda de Preto das Almas; 16.Conselho de Vô Ambrósio; 17.Vovó Catarina; 18.Som do Afro-canto;

Valéria Barbosa gentilmente nos mandou uma cópia de seu disco, uma produção bem simples, mas que esconde um grande trabalho (percebe-se que foi realizado com muito carinho), um dos raros discos de música de inspiração Umbandista atuais que realmente vale a pena ser escutado com atenção. Em que pese alguns pequenos problemas, tais como a falta de informação na capa (não se sabe quem são os músicos, por exemplo) ou alguma oscilação na afinação das vozes (coisa de produtor apressado) e algum problema na frequencia do baixo, ainda assim, o disco é maravilhoso, a começar com a qualidade da gravação, um dos discos de música de terreiro mais bem gravados que já ouvi.

Valéria canta bem, com alegria e disposição e é acompanhada por músicos maravilhosos, em alguns momentos chegam a ser brilhantes, principalmente o naipe de vocalistas, que em vários momentos lembram os Tincoãs. Uma pena que não haja informação do line-up.

Vá em frente, Valéria, queremos mais!!

Para comprar o disco, escreva para valodoci@hotmail.com

Para ouvir a faixa 06 - São 4 Guerreiros, cique abaixo:









Friday, February 18, 2011

LANÇAMENTO DVD - A MÚSICA: MEDIADORA DO SAGRADO - MESTRE OBASHANAN



DVD DUPLO - MÚSICA: MEDIADORA DO SAGRADO - Palestra histórica de Mestre Obashanan no III Congresso Brasileiro de Umbanda do Século XXI.

Neste DVD, Mestre Obashanan revela os mais surpreendentes segredos sobre a música de terreiro, em especial suas origens e de onde provém os códigos de invocação que permite e promove o transe anímico durante um ritual através dos ritmos corretamente percutidos. Divulga mais fundamentos de AYAN, a divindade do tambor e mostra a relação existente entre música e ritual e o poder das invocações através da palavra cantada.

DVD Duplo, lançamento da Ayom. Para adquirir o seu, escreva para ayom77@gmail.com ou ligue (11) 3499-6152 ou (11) 9761-8058

DVD 1 - Palestra - 01. Abertura; 02.O que é música?; 03.Ancestrlidade das religiões afro-brasileiras; 04.A Enéada e as Musas; 05.As Valquírias e os 9 filhos de Oyá; 06.O Pentagrama Celeste; 07.Expressões da música; 08.Notações Musicais; 09.A Tábua musical de Ifá; 10.Comunicação por meio dos Tambores sagrados; 11.Textos de Ayan;

DVD 2 - Ritmos Sagrados - 01.Apresentação dos Alabês; 02.O Canto da Terra; 03.Tambores do Sudeste; 04.A Invocação de Hamunya revelada; 05.Tambores do Sul; 06.Canto para Oxaguian; 07.Tambores de encantaria; 08.A Conexão entre a Umbanda esotérica e a encantaria; 09.Tambores indígenas; 10.Perguntas da Platéias; 11.Tambores e Sacrifício; 12.Canto do Amanhecer;

Excerto do DVD 1 - Palestra:




Excerto do DVD 2 - Ritmos sagrados:





Para adquirir o seu, escreva para ayom77@gmail.com ou ligue 3499-6152 ou 9761-8058.

Wednesday, February 16, 2011

NOVO LOGO!


Este é o novo Logo da da Ayom.
Ele resume nossa intenção de promover um encontro da espiritualidade, da cultura e da música de terreiro e de outras manifestações com os estudiosos, leigos e amantes de tudo que se refere aos cultos Afro-brasileiros.
Esta é nossa nova marca e com ela vem por aí muitas supresas por esse ano!
Ayan Irê Ô! Saravá! Kawô Kabiesilê!
Obrigado a todos!
Ayom produções:
Obashanan (William de Ayrá)
Yatacyara (Vivian de Oyá)

Wednesday, November 24, 2010

Lamento aos Orixás - 2006

Lamento aos Orixás - Fernando Santos - CD - Atração

1.Saudação a Oiá; 2.Um Bo-Bo Oiá; 3.Tá no Bongoió; 4.Oxum e os Ixés; 5.Ago Igina - Part. Especial Claudia Telles; 6.Iao no Roncó; 7.Oiá; 8.Euá Dire - Part. Especial Solange; 9.Mapá Moró; 10.Ago Lonan; 11.Ogum e Iansa; 12.Saveiro; 13.Xango; 14.Ago Igina - Bônus - Part. Especial Claudia Telles;

Muitos amigos nos enviam gravações e discos para que estes possam participar do maior acervo de música de terreiro do Brasil, o Acervo Ayom. Mas qual não foi nossa surpresa quando entrou em contato conosco o grande FERNANDO SANTOS, o pai da "Disco Macumba", um criador de grandes clássicos do gênero (que você pode ver clicando aqui: http://acervoayom.blogspot.com/2008/04/o-programa-comea-assimeu-quero-falar.html).
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O Fernando nos mandou este disco de presente, um disco bem diferente do que ele já produziu anteriormente, desta vez com uma proposta sensível e delicada, onde se destacam os backing vocals maravilhosos de Solange, Viviane, Jussara, Betina e da grande Cláudia Telles. E Fernando Santos não fica atrás. Aqui percebe-se que a voz de Fernando ficava em segundo plano em seus antigos trabalhos, quando em relação com os timbres da soul music, onde metais, violinos e a bateria chá-com-pão chamavam mais a atenção para os arranjos do que voz. Aqui, sim, vemos um grande cantor, com uma voz forte, limpa e emocionante em muitos momentos.

O único porém talvez sejam os arranjos de teclados, que caminham demais por progressões harmônicas dissonantes, o que torna o disco um pouco repetitivo (não há nenhuma percussão em nenhuma faixa. Da outra vez chama nóis, Fernando!!!!) , mas que não compromete em nada a proposta inicial - apresentar os cânticos sagrados com um formato bem condizente com a seriedade da proposta espiritual do canto ancestral Yorubá: elevar a alma através da prece cantada à Olorum.

Para ouvir a faixa 02, Um Bo-bo Oiá, clique abaixo:


Thursday, November 18, 2010

O Incrível Fernando Naviskas!


>Fernando Naviskas e eu, esperando o busão, porque artistas também tomam busão!

Fernando Naviskas é hoje, o maior pintor da arte Afro-brasileira.

Suas telas já ilustraram capas de discos importantíssimos da história da música de terreiro e sua coleção de pinturas do cotidiano e do imaginário dos templos do Brasil é fundamental para se compreender a verdadeira dimensão e o alcance da arte na espiritualidade brasileira. Artsita eclético, Naviskas também pinta obras do cotidiano de São Paulo e obras abstratas.

Seu blogue: http://naviskas.blogspot.com/

Para contatá-lo e encomendar obras para sua casa, escreva para: fanav@itelefonica.com.br

Confira abaixo alguns trabalhos de Naviskas.

CAPAS DE DISCOS:







PINTURAS:












































Saturday, November 13, 2010

1.a semana de Umbanda na Cidade de São Paulo

A pedido de nosso amigo Engels de Xangô, divulgamos:




Sunday, October 31, 2010

EXU NO BRASIL - A DANÇA DAS CABAÇAS


Um documentário muito interessante. tirem suas próprias conclusões!!

Parte 1





Parte 2






Parte 3





Parte 4






Parte 5





Parte 6





Parte 7





Parte 8






PARTE 9





PARTE 10





PARTE 11



Saturday, September 25, 2010

Notas sobre o Ayom IV - o símbolo sonoro


A concepção de símbolo sonoro está presente em várias culturas antigas, narradas de forma semelhante. O símbolo sonoro pode ser desde uma grafia antiga onomatopaica até a nota musical de um instrumento que reflita e conte uma história ou um mito e que foi conservada por tradições de estudiosos e mestres em suas artes. O grande maestro Koelreutter, que em comentário feito sobre a "Chacone" de Bach, certa vez declarou: "A música transmite manifestações espirituais. A música é uma linguagem e, como linguagem ela é um meio de transmissão. Ela transmite alguma coisa: uma mensagem, uma informação, e assim por diante. Eu diria então que a música é uma linguagem que entre outras coisas, é capaz de transmitir manifestações espirituais."



Maestro Koelreutter


Além dele, o grande baterista americano Gene Krupa, o criador de quase toda a ergometria do instrumento (Krupa chegou a estudar música africana, dança indiana e teorias interessantes sobre o movimento para definir a altura e a posição das peças da bateria), dizia: "A música é a única arte que consegue carregar a atmosfera com poder".

Gene Krupa

Essas verdades ditas por dois músicos ocidentais encontram eco nas tradições africanas e orientais, que talvez sejam inspiradas em filosofias e verdades mais antigas. Um dos mitos de Ayan fala exatamente disso: a transmissão espiritual através da criação do tambor e da construção da linguagem do canto e da dança. Este mito define cada som retirado do tambor como um atributo a uma potestade espiritual. Assim, glissandos indicam chuva, bordas os trovôes etc, e suas combinações definem a ritualística, simbolizando todos os reinos da natureza e da inteligência como o tradutor do intraduzível: a linguagem divina para a linguagem mental e depois a corporal humana, a dança, para finalmente, todas estas linguagens se encontrarem na síntese do transe espiritual.

Abaixo, em vídeo, um excerto de nossa palestra no TEV - Templo da Estrela Verde, onde narramos um dos raros mitos de Ayan, citado pelo mestre africano Adeleke Sangoyoyin e a explicação de como ocorre, ritualisticamente, a produção de cada som dos tambores, e a expressão do poder de cada divindade através do ritmo apropriado.

Clique abaixo para ver excerto do mito de Ayom:

Tuesday, September 21, 2010

Egungun - 1964





Egungun - LP - Secneb (Sociedade de estudos da cultura negra do Brasil) - 1964
Um disco importantíssimo, raríssimo e maravilhoso: um dos primeiros registros do culto lesé Egun de Itaparica, com a colaboração de quatro figuras lendárias para o povo de santo em todos os tempos: Juana Elbein dos Santos, Nei Lopes, Mestre Didi e Pierre Verger. O disco peca um pouco pela qualidade da gravação, mas consegue captar o que há de melhor nas coisas do "Santo": pureza e autenticidade!
Abaixo, descrevemos as faixas dos lados A e B e o que cada cântico representa dentro do ritual.

Lado A:
1. Iba Orisha Iba Onile
Saudação a Onilé no início de cada cerimônia.
2. Osanyin
Nesta faixa são entoados três cantos louvando a Osanyin, patrono das folhas e da medicina.
3. Egunugun Kigbale
Através deste cântico os ancestrais são chamados a entrar e incorporar-se no mundo dos vivos.
4. Ewo Nile
Aviso de chamada, alguma coisa está para acontecer. O ancestral vai chegar.
5. Oro Abi Oro
Este cântico expressa o significado do rito, reencenando as ligações com a comunidade, trazendo a bondade, felicidade e bem-estar.
6. Onile Mo Bodo Ile
Baba está chegando, ele anuncia-se, saudando os anciões e pede permissão para vir até o barracão.
7. Nile Wa Alagbe
Baba canta, incentivando os Alagbês, os músicos-sacerdotes.
8. Agboula Ago Nile
Quando Agboula vem ao mundo, todas as coisas se tornam felizes.
9. O She Wara Wara
Dois cânticos em homenagem a Xangô, ancestral divinzado da dinastia real de Oyó, onde ainda pode-se encontrar vestígios da comunidade Agboula, suas origens na África. Muitos dos Eguns reverenciados hoje, foram em vida, adoradores de Xangô.

Lado B:
1. Saudações a Baba Olukutun, chefe de todos os antepassados.
2. Loni Ojo Odun
Dois cânticos de grande alegria no festival anual de Baba Olukotum. Uma explosão de fogos intensifica a cerimônia.
3. Kiye Kiye Bo Iroko
Homenagem ao Egun dos antepassados que foram reis em vida.
4. Orisha Wa Iye
Um cântico para chamar as entidades para vir e dançar com alegria.
5. Afulele Ade
Um canto em homenagem à Oya Igbale, rainha e padroeira dos Eguns.
6.Omi Ro
Um dos cânticos mais profundos, que evoca toda ancestralidade do povo africano.
7. Aluja
Os tambores tocar Aluja, o ritmo preferido de Xangô, o maior de todos reis, Alafin de Oyó, senhor da justiça, dono do fogo e do trovão.
Para ouvir a faixa 08, Agboula Ago Nilê, clique abaixo: