Monday, May 28, 2007

Rádio Ayom: a Música Umbandista, só aqui!!


Como podem ver, retiramos das postagens os exemplos das faixas, pois a hospedagem estava com problemas. Criamos uma rádio virtual, a Rádio Ayom aí do lado. Ela começa a tocar ao clicar no botão de play. Selecionamos quase 4 horas de música de terreiro em todas as suas vertentes e origens prá você ouvir enquanto navega aqui pelo blogue. A cada postagem, vamos procurar atualizar. Deu um trabalhão, mas espero que gostem!!

Um saravá profundo a todos...

Sunday, May 06, 2007

A história da Revista Umbanda – Uma Religião Brasileira – Parte I

Nos idos de 1993, há exatamente 14 anos, dávamos um passo importante dentro de nossa caminhada espiritual: uma série de apostilas onde compilamos assuntos importantes para a corrente mediúnica do terreiro em que freqüentávamos, subitamente transforma-se na primeira revista exclusivamente de Umbanda da história brasileira. Por essa época havíamos deixado de freqüentar o templo em questão e havíamos acabado de colocar nossa vestimenta branca na corrente da Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino.

Mestre Arapiaga ao ver as apostilas disse-me: “William, acho que essas anotações podem virar algo muito maior...”. Não havia lhe contado ainda, mas estava com o contrato fechado com a Editora Pen para a publicação do material e havia ido à Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino naquele dia, exatamente para pedir-lhe permissão para publicar alguns itens que havia retirado de suas obras. Na verdade, expliquei-lhe que a idéia da revista era realizar uma ponte onde todas as formas de umbanda pudessem conviver harmoniosamente, encontrando pontos de contato em suas semelhanças. Dez anos mais tarde nosso amigo Marques Rebello retomaria a idéia com a Revista Espiritual de Umbanda.

Contei-lhe então do contrato, e com sua experiência, alertou-me: “você sabe a briga que vai comprar, meu filho?” “Acho que não imagino, meu mestre, mas estamos aqui para trabalhar e obedecer vossa vontade e a vontade do mundo astral.” Respondi.

“Faz o que tem de fazer. É sua missão. Essa revista vai trazer muita gente para a Umbanda, mas o submundo encarnado e desencarnado vai vibrar negativamente para que você se perca no caminho, pois já sabem da existência dela e vão fazer de tudo para que a luz dessa publicação se apague. Mas nada tema. Estou com você e todo o astral também. Vá à luta!”

E assim fomos, convictos da seriedade de nossa tarefa, embora não soubéssemos nem a metade das dificuldades que teríamos. E talvez tenha sido melhor assim, pois a inocência quase sempre nos livra do desânimo e nos faz focar a visão nos objetivos principais. A revista saiu em maio de 1993, depois de uma série de dificuldades, tais como doenças no pessoal da produção, assaltos na editora e até dois incêndios em duas gráficas diferentes!! Uma primeira prensagem de 2000 exemplares só foi possível – haviam previsto uma tiragem inicial de 4000 – porque o Márcio, o editor da Pen era um homem de fibra e lançou a revista tão logo ficou pronta, não quis nem saber quantos exemplares haviam sido prensados. Foi impulsionado pela vontade de ver a coisa acontecer e ela aconteceu: a revista foi um sucesso tão grande que o Márcio mandou prensar logo mais 6000 exemplares. Não houve recolhimento da primeira nem da segunda prensagem, a vendagem ficou em praticamente 100% e desde esse primeiro número, o número experimental, o mercado editorial e as “majors” da imprensa da época cresceram o olho no produto e começaram a se preparar para explorarem o filão.

E nisto a revista Umbanda – Uma Religião Brasileira (em seu número "0" trazendo o nome "Introdução à Umbanda") foi também pioneira, pois ninguém, até aquela época havia se arriscado a publicar alguma coisa, nem um folhetim em distribuição nacional, que falasse de Umbanda, Macumba, Candomblé ou religiões brasileiras, pois o preconceito era gigantesco e o público umbandista muito mais acanhado do que atualmente. Aquela era uma época simples, em que as revistas não possuíam a sofisticação gráfica e tecnológica de hoje. Foi lançada em preto e branco, com ilustrações no lugar de fotos, mas agradou tanto que uma outra editora, a Editora Escala – hoje uma das maiores editoras do Brasil - nos procurou com uma proposta mais abrangente em termos de distribuição e qualidade técnica. Como o Márcio iria mudar de ramo e fechar a Pen, nos transferimos para a Escala, onde entramos numa nova fase, de muitas lutas, físicas e astrais, onde finalmente percebi o que um iniciado umbandista enfrentava nos bastidores do terreiro...